O Centro Acadêmico

    O movimento estudantil também comemora meio século de história, já que foram os alunos da Turma 01 que deram o ponta pé inicial na organização do Centro Acadêmico. A entidade viveu o ápice da luta política durante os anos de chumbo. O período entre 1968 (com o AI-5) e 1972 foi de intensa perseguição política em todo o país e em especial nas Universidades. Havia uma vigilância vigorosa sobre os líderes estudantis considerados subversivos ao regime militar. Cartas, livros, documentos e até discursos dos paraninfos e oradores eram analisados pelo Estado. Em represália a um protesto
dos estudantes na Av. Jerônimo Monteiro pela abertura do Pronto Socorro no Hospital das Clínicas, em 1972, o Diretório foi fechado, a maioria de seus documentos foram confiscados pelos militares e alguns acadêmicos e professores foram presos.

    Após um período de reuniões secretas e movimentações silenciosas, em 1975 o Diretório foi reaberto, com Aloísio Falqueto na presidência. O retorno dos trabalhos é de importância inestimável para a história política capixaba, afinal o grupo de
acadêmicos envolvido na retomada dos trabalhos – agora legalmente – do Diretório deram fôlego para a reabertura também do Diretório Central dos Estudantes (DCE) em 1979, com a denominada “Geração Gota d’Água” (13 dos 20 membros pertenciam à Medicina). Esta teve como representantes figuras muito conhecidas: Paulo Hartung, Anselmo Tozi, Tadeu Marino, Lelo Coimbra, Claudino de Jesus, Fernando Herckenhoff, Fernando Pignatton, Lauro Ferreira Pinto, Ernesto Negris, dentre outros, que atualmente dominam o cenário político capixaba ou lecionam na própria Ufes.
Com o fim da ditadura, o movimento estudantil perdeu muito de seu perfil político e partidário, e passou a se concentrar nas questões acadêmicas.